A vacina contra o COVID-19 desenvolvida pela farmacêutica americana, Pfizer, em parceria com a BioNTech mostrou efetividade em 90% dos participantes na Fase 3 de testes clínicos. Enquanto isso a vacina chinesa Coronavac ainda não apresentou dados de eficácia.
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A Pfizer anunciou nesta segunda-feira (09) os dados de eficácia da vacina que foram analisados por um comitê externo e refletem apenas os resultados iniciais.
Contudo, essa é a primeira vez que fabricantes de medicamentos apresentam dados bem-sucedidos de um ensaio clínico em grande escala de uma vacina contra o coronavírus.
Corrida das vacinas
Além dessa vacina da Pfizer, mais outra 10 estão na Fase 3 de testes, incluindo a Coronavac que está sendo feita pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã de São Paulo e já está sendo comprada pelo estado.
Porém a Coronavac ainda não apresentou resultados de eficácia, pois para isso é necessário que pelo menos 61 das pessoas testadas se contaminem com o COVID-19, e isso ainda não ocorreu. Já a vacina da Pfizer já teve 94 pessoas testando positivo para o vírus.
“Logo teremos a abertura dos resultados e aí sim poderemos comprovar o quanto é uma vacina eficaz, o quanto ela é capaz de proteger as pessoas que a tomaram do próprio Covid-19” disse o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn em entrevista coletiva no Instituto Butantan.
Outros dados como o de 98% de indução de resposta imunológica foram divulgados sobre a vacina chinesa, porém como explica o presidente do Butantan, Dimas Covas, essa não é a mesma coisa que a eficácia.
“O dado de eficácia depende da incidência da infecção na população de pessoas no estudo. Neste momento temos mais de 10 mil pessoas em acompanhamento e estamos aguardando que entre essas pessoas apareçam, no mínimo, neste momento, 61 casos de Covid, que podem acontecer naqueles que tomaram a vacina ou naqueles que receberam o placebo, É exatamente essa comparação que permite definir a eficácia.”
diz Covas na coletiva.
Porém esse dado de eficácia é necessário para aprovação da vacina na ANVISA e aparentemente não há data para que eles estejam prontos. Mas segundo Dimas Covas isso pode acontecer “a qualquer momento”.
Enquanto esperamos esse momento, a vacina da Pfizer já deslancha na frente e tudo indica que até o fim do ano ela esteja disponível.
Saiba mais sobre a vacina da Pfizer
A responsável por esse resultado positivo é uma vacina baseada em mRNA, que é uma nova tecnologia que muitas companhias procuraram contra o COVID-19, contudo por conta das vantagens em relação a rapidez de desenvolvimento e eficácia.
A Fase 3 conduzida pelas companhias incluiu 43.358 participantes, distribuídos entre 6 países incluindo o Brasil, e a Pfizer reportou que “ nenhum problema sério de segurança foi observado” até agora além da taxa positiva.
Sendo assim as pessoas que receberam a vacina ficaram protegidos por 28 dias após a primeira dose, sendo que a vacina tem um processo de duas doses.
Mas ainda há testes de segurança e estudos para serem feitos que ficaram prontos na terceira semana deste mês, quando completam os dois meses de segurança recomendados pela FDA, que é agência de saúde dos EUA.
Além disso os participantes também serão monitorados por dois anos depois de receber a segunda e final dose da vacina, para controle de efeitos de longo prazo.
Com a vacina sendo liberada, a Pfizer diz que pode produzir aproximadamente 50 milhões de doses até o fim do ano, e 1.3 bilhões para 2021.
Porém, todos esses dados ainda precisam ser revisados por mais pesquisadores e publicações científicas.
Mesmo assim esta é definitivamente a notícia mais promissora e claramente positiva do desenvolvimento de vacinas e pode significar que a distribuição em grande escala de uma vacina começa mesmo antes do final de 2020 se tudo correr bem.